O problema do mecanismo do problema

O copywriting está digi-evoluindo.

Mas se você jogou Digimon no playstation 1, sabe que nem toda digi-evolução é boa.

Muitas vezes seu poderoso e mortal digimon se transformava num pedaço de merda.

Literalmente.

Um digimon de cocô. Um cocômon.

E na minha opinião, o mundo do copywriting está caminhando pra essa direção hoje.

Por várias razões:

Por causa de dezenas de gurus que nunca escreveram uma copy na vida… mas que ensinam copy

E principalmente, por causa de vários gurus que usam mentiras, inventam histórias, fatos e até depoimentos em suas copys para conseguir conversões… e depois ensinam isso em seus cursos.

Esse tipo de coisa está criando uma legião de copywalters de um truque só – que não possuem nenhuma base de marketcheng direto e só convertem usando mentiras e técnicas que só funcionam num determinado cenário.

O copywriting raiz está sendo distorcido e modificado a um nível absurdo.

Um dos melhores exemplos disso é o tal do:

Mecanismo Único do Problema

Já ouviu falar sobre isso?

Pois Gary Halbert não.

Nem John Carlton, nem Gary Bencivenga, nem Robert Collier, nem Claude Hopkins, nem nenhum outro grande mestre do copywriting.

Por que?

Porque mecanismo único do problema é algo inventado pelo “grande” copywriter moderno: Stefan Giorgi.

E antes de falarmos sobre o problema do mecanismo do problema…

Talvez um estudiosinho esteja pensando:

“Mas Bruno, Eugene Schawrtz fala sobre mecanismo único em seu livro Breakthrough Advertising.”

Fala sim. Você está certo.

Mas você LEU mesmo o livro?

Porque Gene fala sobre mecanismo único… mas se refere exclusivamente à sua solução (produto ou serviço).

Não ao problema.

Somente à solução.

Por que o antigo mestre fez isso?

Porque o público já possui os problemas deles. Seus desafios e frustrações.

Os problemas já existem e são conhecidos pelo mercado.

Sua função como bom copywriter é apresentar uma solução única, melhor, e diferente de tudo que o público já testou antes.

Ou seja: O mecanismo único é sua maneira única de resolver os problemas deles.

E ela também precisa ser verdadeira, não pode ser inventada (daí o porquê de todo bom copywriter não trabalhar com qualquer produto de merda).

Em resumo:

Solução única para Problemas conhecidos.

Sendo assim, então por que diabos inventaram esse tal de mecanismo único do problema? Você pergunta.

Bem, ele foi inventado por uma única razão:

Pra vender suplementos lixo, pra pessoas que buscam fórmulas mágicas.

Copywriters usam isso, por exemplo, pra inventar que você não emagrece por que uma nova glândula do rim descoberta por cientistas russos, produz uma química que acumula gordura. Mas com esse novo produto, você vai obrigar o corpo a parar de produzir banha e ficar em forma, mesmo comendo pizza e chocolate o dia inteiro no sofá.

Parece absurdo, mas é a realidade do “grande” copywriter.

E aí, muitos copywriters que não entendem os fundamentos mas seguem o grande mestre moderno, saem por aí inventando mecanismos de problema em toda copy que escreverem.

O problema disso?

A copy fica fraca (e muitas vezes mentirosa).

Por que eles não dramatizam o suficiente os problemas que o público está enfrentando diariamente.

Ou seja: Eles não continuam a conversa que já existe na mente das pessoas.

Ao invés, eles trazem problemas criados na cabeça do copywriter – que muitas vezes não fazem sentido nenhum na cabeça do público.

No fim, o mecanismo único complica mais a criação da copy e piora os resultados.

Por outro lado…

Quanto melhor você dramatizar os problemas do público, e melhor for seu mecanismo da solução – melhores serão seus resultados (com menos copy).

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