Eu me rendo. Leve minha vida

Hoje trago uma lição que pode mudar sua maneira de viver.

Assim como mudou a minha.

Uma lição simples, mas que vai contra 99% dos conselhos sérios de sucesso (não dos fakes gurus) que existem por aí.

“Pra conseguir qualquer coisa na vida, trace objetivos e lute por eles com tudo que você tem. Dê o seu melhor. Tenha disciplina. Foco. E jamais desista.”

É mais ou menos o que ouvimos por aí, certo?

Bem, não é que eles estejam errados. Essas são ações necessárias pro sucesso.

O grande problema que sempre vi nisso é que parece que precisamos ter objetivos rígidos como aço.

Dá a entender que precisamos traçar um objetivo, um plano, e fazer de tudo pra se manter naquela linha RETA.

É aí que tudo começa a desmoronar.

Primeiro por que a maioria das pessoas não sabem exatamente o que querem (objetivo) e muito menos como conseguir aquilo (plano).

E somente isso já nos impede de dar o primeiro passo.

Segundo: Do jeito que eles dizem, parece que devemos seguir uma grande linha reta… quando, na verdade, ninguém segue uma linha reta em nada na vida. Imprevistos acontecem diariamente e é preciso aceitar e se adaptar.

Terceiro: Costumamos pensar que o objetivo final (assim como o resto) é algo fixo e imutável. “Eu tracei esse objetivo e vou lutar por ele até o fim.”

Mas recentemente li um livro incrível que mudou a maneira como vejo a vida.

É um livro zen, onde Michael Singer conta como teve uma vida de causar inveja – com amor, saúde, propósito, contribuição e grana – e como conseguiu tudo isso simplesmente se rendendo.

Como assim?

Ao invés de traçar objetivos rígidos e nadar contra a correnteza pra realiza-los a qualquer custo, ele apenas se rendeu aos acontecimentos da vida e seguiu o fluxo que o universo estabeleceu pra ele.

É claro que ele teve problemas. Que ele trabalhou duro. E que não foi fácil.

Mas Michael teve uma vida que parece história de filme (ele ainda está vivo, só pra saber).

E ele conseguiu tudo isso se rendendo ao fluxo do universo, ao invés de lutando contra ele.

O objetivo de Michael era passar o dia meditando. Ele estava atingindo níveis altos de consciência e meditação e queria se aprofundar nisso ao máximo. Esse era seu objetivo. Mas toda semana a vida trazia algo que parecia desvia-lo do caminho que ele queria seguir.

Por exemplo:

Michael queria construir uma pequena cabana em seu terreno (para passar o dia meditando), mas por insistência do amigo construiu um pequeno chalé – mesmo contra sua vontade e sem experiência nenhuma com marcenaria.

Um dia, ao chegar em casa, tinha um carro de polícia estacionado. O policial admirou o chalé e perguntou quanto Michael cobrava pra construir uma garagem pra ele naquele estilo.

Michael não era marceneiro e o objetivo de vida dele era passar o dia meditando em seu chalé. Mas ele “se rendeu” ao pedido do policial e fez a obra. Dias depois, vários outros policiais pediram pra Michael fazer outros trabalhos. E aquela simples pedido acabou se tornando uma empresa de construção na qual Michael trabalhou por anos e conheceu pessoas incríveis.

Outro exemplo: Michael não queria fazer a tese de doutorado (ele só queria ficar no chalé meditando), mas o professor insistiu tanto, que ele fez. Aquela tese acabou e tornando um livro que há mais de 30 anos continua vendendo.

Outro exemplo: Quando comprou o primeiro computador (início dos anos 80) Michael apenas estava curioso com a máquina e não queria fazer programas (só queria meditar no chalé). Um dia o dono da loja gostou tanto de um código que Michael escreveu (treinando suas habilidades no pc), que indicou uns clientes pra ele – pessoas que queriam simples programinhas de computador.

Michael acabou se tornando o programador que criou o software que revolucionou a indústria de seguros de saúde nos EUA. Sua nova empresa de software chegou a ser avaliada em bilhões de dólares e até abriu IPO. E as pessoas que ajudaram Michael nessa empresa foram as mesmas que ele conheceu enquanto tinha a empresa de construção. 

Enfim.

As conexões da vida são absurdas. Muitas vezes até inacreditáveis.

E tudo isso aconteceu por que ao invés de tentar seguir cegamente seu objetivo – ficar meditando no chalé – Michael aceitou seguir os caminhos que a vida trouxe pra ele.

Caminhos que quase sempre foram apresentados como PROBLEMAS ou algo muito ruim, mas que depois se tornaram motivo de grande felicidade.

A moral da história é que nós não sabemos de nada.

Assim como cada formiguinha tem seu caminho a seguir naturalmente, talvez nós seres humanos também tenhamos.

Não é destino, pois você tem o poder da escolha de seguir aqueles caminhos presentados, ou não.

Mas seguir o fluxo, ao invés de um objetivo fixo, livra de toda aquela ansiedade e proporciona experiências maravilhosas em sua vida.

Sabe outro hippie louco que seguiu isso e também mudou o mundo?

Steve Jobs.

Jobs disse uma vez:

Você não consegue ligar os pontos olhando pra frente; você só consegue ligá-los olhando pra trás. Então você tem que confiar que os pontos se ligarão algum dia no futuro. Você tem que confiar em algo – seu instinto, destino, vida, carma, o que for. Esta abordagem nunca me desapontou, e fez toda diferença na minha vida.

Então, se esse negócio de traçar objetivos fixos não está dando certo pra você, eu sugiro que comece a se render aos acontecimentos.

E, obviamente, eu sugiro que leia o livro.

O nome é: The surrender experiment.

Eu acho que só tem em inglês (infelizmente).

Pense nisso.

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